terça-feira, 13 de julho de 2010

Tu na vida, tu na realidade: Regrado
Sabes?
O que sabes?
Se não a incerteza do amanhã
Se não a ausência de uma proteção
Se não a verdade polida de uma omissão
Sabes?
Que as horas passam
Mas não voltam?
Que o pôr do sol brilha toda tarde?
Mas tu não olhas
Sem tempo
Sem certeza
Tu não caminhas
Tu não observas
Que o dia é lindo
Que as manhãs são frias
E as noites cheias de estrelas
Sabes?
Que tu tens hora para acabar
Que as horas não demorar a passar
E que os relógios não adiantarão
Para contar os minutos da tua partida
Então
Por que é que tu não vives?
Por que te agarras nas superfícies falsas de uma vida?
Por que valorizas o que não é valorizável?
Por que te submetes a viver regradamente?
Numa caixa cheia de palavras e normas, e ausente de felicidade
Por que tu não abres os olhos?
Por que não respiras as manhãs?
Por que não te tocas quando acordas?
Por que tu sempre tens os olhos vendados?
Pelas vestes de uma falsa realidade
Tu não vês que tudo o que precisas está simples
Está em tua frente
Na brisa da manhã
que te refrescas
No brilho do sol
que te aqueces
Nas sombras das árvores
que te umedeci
Na noite estrelada
que te inspiras
Por que tu não te agradas?
Por que és tão vazio?
Porque tu não olhas com olhos coloridos
Teus olhos vêem em preto e branco de uma linha limitada
Na realidade espremida de uma vida regrada.
Promissão, 13 de julho de 2010
Franciny Tavares.

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